domingo, 28 de agosto de 2011

explaining me

Dear readers,
I know I'm not posting very much in the lasts days (weeks, and until months), it's because i'm trying to adapt myself to the new life in Norway. The only way I can join to the culture here is forgetting my first language and trying to just thinking in english, what is very hard to me. I also can't think well because every thing here are so diferent than I was used to, so I'm a bit confuse. That's the reason for I haven't writed to much lasts weeks: I'm so confuse for having ideas for posts. And I'm having no time to read books too, so I can't write reviews.
But please, dear readers, dot forget me. I'll continuous to write and start write more next month, I promise :)
kissis

Me explicando

Queridos leitores,
Sei que não tenho postado muito nos ultimos dias (semanas, e até meses), é porque estou gastando todo o meu tempo livre tentando me adaptar à nova rotina norueguesa. O primeiro mês é muito difícil pois não falamos a língua e é tudo diferente. A única forma de me adaptar à cultura daqui é parando de falar o português por enquanto para tentar aprender a lingua deles, portanto estou meio que fugindo do portugues ultimamente. Tenho tentado até não pensar mais em português, e sim apenas em inglês, o que é bem difícil. Meus pensamentos estão todos confusos e, juntando-se a isso o fato de eu estar em um lugar completamente estranho pra mim, não tenho mais ceteza de nada. Com essa mente confusa fica meio difícil de postar, de ter ideia para os posts. Além de que eu to muito sem tempo para ler, entao fazer resenhas é impossível.
Prometo que continuarei postanto, entretanto, mas pesso a paciência dos meus leitores durante esse primeiro mês, no qual ainda estou toda  confusa e por isso não postarei muito.
Vou continuar visitando todos os blogs de minhas blogueiras amigas, prometo! Só não lhes garanto que farei isso com a mesma frequência que fazia antes :/
beijoss

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Presenting the blog

Hey people! I want to introduce to you my blog, called "Life, Books and Thinkings". As the title says, it is a blog about things that happens in our lives, book reviews and about my thinkings about the world (like filosophies) .Until today, I have written it in portuguese, the Brazil's language, because I'm brasilian. But now I'm living in Norway, and I want norwegian people understand the blog, so now it will be written in english too. The frist post is always in portuguese, and the secund is always in english. With time, it will always be written in norwegian, when I learn the language ;p. Just sorry for the english mistakers, my english is not so well. With time, it will be better of course :). 
Enjoy it!

Blog bilingui

Oi pessoal. Vim informar a vocês que o blog agora vai funcionar um pouquinho diferente. Vou dar um tempo desse país de contradições em que vivemos e me mudar para a Noruega. Durante o tempo que ficarei morando lá e talvez até depois, preciso que meu novo país entenda o conteúdo deste blog. Portanto, agora o ele será escrito em português e em inglês, e talvez posteriormente em norueguês no lugar de inglês (quando eu aprender a falar a língua :p). O  post em português será seguido de sua edição em inglês, ambos contendo basicamente o mesmo conteúdo (não posso garantir que seja exatamente o mesmo conteúdo pois meu inglês não é tão bom ;p, provavelmente será uma edição simplificada). Desculpem-me os leitores brasileiros pois, pela falta de uso, talvez meu português piore, mas vou fazer o possível para manter a escrita bonitinha :D.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pensamentos: Acorda Caralho!

"O amor era simplesmente tão lindo e ao mesmo tempo tão sofrido! Eu estava apaíxonada por Ele, viveria por Ele, morreria por Ele. E não havia explicação racional para aquele amor. Parece que o destino simplesmente tinha colocado a pessoa certa do meu lado, era como se nós dois fossemos feitos um para o outro. Nada poderia quebrar esse amor de ferro. Caso eu não o tivesse mais, o mundo acabaria. Tinha certeza de que não conseguiria mais ser feliz, pois a felicidade para mim era Ele. Era um amor tão doentio, tão profundo, tão lindo..."

...TÃO OBSCECIVO!! Será que as pessoas não se tocam que isso aí em cima não existe, e, caso existisse, seria uma doença?! Não é saudável você viver em função de uma só pessoa. Aí vem alguém e me diz que a pessoa estaria doente sim, mas estaria doente de amor... Como se, por ser 'de amor', fosse algo bonito... NÃO É BONITO! É horrível. É errado. Como as pessoas gostam de saberem que estão doentes, obscecivas e fora do controle da própria vida?! Isso é absurdo. As pessoas precisam parar de desejar esse sentimento para suas vidas, como se essa alegria temporária de um relacionamento amoroso fosse a verdadeira e única felicidade. Algo que tira sua saniedade não pode ser bom. Precisamos começar a procurar a felicidade em algo que seja mais palpável, menos absurdo e mais belo do que o sentimento aí de cima. Seria ótimo se procurássemos o contrário: estar são, ter consiência e responsabilidade pelos seus atos para não fazer nada de que você se arrependa mais tarde (e não ser irracional!); amar a TODAS AS PESSOAS e, para a pessoa especial com quem se quer ter um relacionamento, apenas sentir uma proximidade maior para com a mesma do que para com o resto do mundo ( e não um amor impossível!); ser racional e pensar na forma mais correta e menos impulsiva de se fazer as coisas, pois impulsividade seria considerada animalesca. Isso sim traria felicidade a alguém. Uma felicidade duradoura, não aquela baseada em uma só pessoa, que, caso acontecesse qualquer coisa com a pessoa, acabaria. Em suma, as pessoas deveriam parar de acreditar que um dia vão conhecer um amor impossível que lhe trará felicidade e começar a serem felizes por elas mesmas. 
Deveriam parar de acreditar em mágica. Pois o tipo de sentimento descrito acima é pura mágica. Acreditar que não existe uma explicação para o tal sentimento também. Tudo no mundo possui uma explicação, desde por que as coisas caem até os sentimentos humanos. Só por que não conhecemos todas as explicações, não significa que elas não existam. Então, como existe uma explicação para o seu amor, pare de culpá-lo por você ser irracional. Ao invés disso, procure parar de procurar desculpas e tentar ser mais racional, para evitar constrangimentos futuros.

Obrigada por ouvirem meu desabafo. Quem não gostou, pode me esculachar nos comentários.

domingo, 7 de agosto de 2011

Pensamentos: Qual dos dois é pior?

Olá, sou um político brasileiro.

Olá, sou um cidadão brasileiro.
 
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Ainda bem que ninguém se importa com leis importantes. Não sei o que faria se se importassem. Acho que deixaria de ser político. Eu nem gosto de trabalhar em leis mesmo. Só estou no emprego de político porque o salário é de R$ 25000,00. Sempre arrumo um jeito de fazer as leis menos complicadas de serem feitas possível. Não faço muita coisa nesse emprego e roubo um pouco dos impostos. Gostava menos ainda desse emprego na época de campanha, que até propóstas tínhamos que apresentar. Sempre contava mentiras. Gosto mesmo é de fazer leis de futebol e copa do mundo.

Ainda bem que o futebol passa na globo aos sábados. Não sei o que faria se passasse em dia de semana. Acho que faltaria à escola para ver. Eu não gosto daquele lugar mesmo. vou porque sou obrigado. Sempre arrumo um jeito de estudar o menos possível. Não presto muita atenção na aula e colo nas provas. Gostava menos ainda da escola quando era mais novo, e éramos até obrigados até a fazer filinhas. Sempre furava as filas. Gosto mesmo é de futebol e micaretas de fins de semana.


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Quando a mídia vai embora, já da para pegar um pouco do dinheiro público para mim. Não há riscos se ela não ver o ato. Com a frequência no trabalho é a mesma coisa. É só dar uma desculpa para a mídia pela minha falta. Quando os problemas chegam, eu fujo o máximo que puder, e até quando não há escapatória eu faço isso. Ganho mais que todos com meu emprego, tenho prioridade em tudo.

Quando a gente passa da polícia, já da para atender o celular no trânsito. Não há riscos se ela não ver o ato. Com bebida é a mesma coisa. É só não deixar a polícia me ver beber e sair dirigindo. Se me pararem no teste do bafômetro, eu sei como achar uma brechinha na lei para me livrar. Quando o sinal está amarelo, eu corro o máximo que posso para passar, e até quando está há apenas pouco tempo vermelho eu faço isso. Passo na frente dos pedestres quando chego em faixas, tenho prioridade em tudo.

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Eu não atendia as necessidades do meu povo e deteriorava a imagem daqueles que me davam problema no senado, para fazê-los impopulares e sem voz facilmente. Alguns até ameaçavam entrar na justiça, mas eu sempre dizia que não tinha importância. Ninguém é punido nesse país que ajudei a criar mesmo.

Eu não pagava meus funcionários como devia em minha empresa e deteriorava a imagem de quem me dava problemas, para demití-los facilmente. Alguns até ameaçavam entrar na justiça, mas eu sempre dizia que não tinha importância. Ninguém é punido nesse país mesmo.


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Eu só faço o que tenho que fazer para me dar bem. Não estou muito preocupado com os outros, desde que eu tenha o que precise. Acredito que o mais importante é eu ter condições de me manter, e fôda-se o resto. Acho que isso é tipo uma filosifia de vida...



E você fala mal de políticos...


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domingo, 31 de julho de 2011

Livros: "O Fazedor de Velhos" - Rodrigo Lacerda

O Fazedor de Velhos
A Vida
O Fazedor de Velhos não é o tipo de livro viciante com ideias loucas. É uma obra que nos falará sobre nosso dia a dia e sobre problemas casuais da vida. Rodrigo Lacerda me conquistou com seu jeito pacato de ver a vida. O livro possui apenas 136 deliciosas páginas e foi editado pela Cosac Naify.
Pedro é um jovem que, como muitos outros da sua idade, está com dificuldade para escolher seu curso superior. Pensava que queria ser historiador, mas não se mostrou compatível o suficiente com seus colegas no curso de história. Mas, se não servia para ser historiador, o que seria, então? Quando a incerteza surgiu em sua cabeça, procurou um velho homem que talvez pudesse o ajudar. Esse velho, Nabuco, com seu jeito estranho e peculiar iria mudar sua vida para sempre.
Foi muito interessante ver a habilidade do escritor de entender os sentimentos humanos. O livro fala muito sobre isso. Afinal, em que trabalho um menino que só gosta de livros e sorvete pode exercer? Que tipo de contribuição ao mundo pode dar cada tipo de pessoa? Será que nós nos conhecemos o suficiente para saber que tipo de contribuição se encaixa no nosso tipo de pessoa? E, se não nos conhecemos o suficiente, quem conhece?
São perguntas como essas que vocês farão ao ler a obra de Lacerda. Além disso, passarão a ver a vida de uma forma muito menos complicada, ao experimentar da simplicidade do autor. Pelo menos, eu passei a ver.
Apenas um detalhe não me agrada no romance: Pedro é muito sem senso crítico, chega a ser irritante em alguns momentos. E ele é apegado demais ao seu jeito de ser, como se não pudesse mudar nunca. Claro que foi interessante conhecer junto com ele sobre a personalidade das pessoas, mas o autor pareceu ignorar o fato de que as pessoas mudam.
Fora isso, recomendo muito o livro, muito pacato e gostoso de ler.

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domingo, 24 de julho de 2011

Livros: "Tão Ontem" - Scott Westerfeld

Tão Ontem
Tão verdade   
Confesso que não dava nada por esse livro, depois do que o autor, Scott Westerfeld, fez com o último livro de sua trilogia "Feios". Pensava, por essa trilogia, que Westerfeld fosse apenas inteligente, mas um escritor qualquer. Todavia ele me surpreendeu e muito com "Tão Ontem". As 316 páginas editadas pela Record são geniais, me fizeram enxergar um mundo oculto por trás do consumo. Tudo o que o autor disse é verdade, e assustador.
    O livro começa bem sem graça e até um pouco fútil. Parece um livrinho que fala sobre moda e pronto. Hunter é um Caçador de Tendências que vê a necessidade de exercer seu trabalho quando vê Jen, uma Inovadora com cadarços de tênis diferentes propíncios a virarem modinha. Os dois acabam se tornando amigos e se envolvendo na busca da chefe desaparecida de Hunter. Mas a partir daí a história deixa de ser bobinha, quando, ao desenrolar da busca pela tal chefe, ficamos conhecendo o mundo das tendências que explicam tudo o que aconteceu através dos séculos na história da humanidade.
    Scott tem a mania genial de catalogar o mundo em tipos de pessoas. Nessa história isso fica claro com a super inteligente pirâmide de consumo. Nessa pirâmide, o escritor divide as pessoas em Inovadoras, Criadoras de Moda, Primeiras compradoras, Consumidoras e Retardatárias. E o grupo curinga dos "Arruaceiros", como ficamos sabendo mais tarde. Só lendo para entender. Mas a questão é que no final da obra você vai estar se perguntando "De que grupo eu sou?" e "Como interágio com as tendências?". Essa questão de "moda" parece boba, mas, como o autor mostrou muito bem, explica a maioria dos acontecimentos da história.
    Além de toda essa genialidade Scott mostrou sua habilidade para escrever. Depois de ler a série "Feios", que é toda em terceira pessoa, fiquei supresa ao descobrir como ele é capaz de escrever muito bem na primeira pessoa. Senti Hunter na escrita enquanto lia. O autor conseguiu criar muito bem sua personalidade e fazê-la influenciar no jeito como o texto é narrado.
    E, diga-se de passagem, o romance entre Hunter e Jen é tão fofinho! Tão realista e por isso mesmo muito fofo!
    Só para não idolatrar demais o Scott Westerfeld, tem horas que a narrativa fica muito lenta e cansativa, enquanto noutras a narrativa é superenvolvente. Ficou meio desigual essa característica no enredo. Além disso é uma obra um pouco confusa. Em parte pois a complexidade do que o autor estava falando era muito grande, então você demora a entender.
    Em suma, é um livro super recomendado a quem aguenta um banho de verdades sobre o mundo de doer a cabeça.

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sábado, 23 de julho de 2011

livros: "Perdida" - Clarissa Rissi

Perdida
Versão Tupiniquim de Crepúsculo
     Era bom demais para ser verdade. Um livro que trata do choque da realidade do século XXI com a do século XIX. E o melhor, se passa no Brasil. Mas é decepcionante. A autora Carina Rissi conseguiu levar o curioso enredo de "Perdida" para o lado romântico-SUPERmeloso. Tive a impressão de que sairia mel das 472 páginas se espremesse, de tão melado que era o livro. Gente, sou a favor de romance, mas aquilo não existe!
      A história começa bem. Uma jovem adulta do nosso século é, para variar, viciada em tecnologia. Sofia possui uma típica vida de uma pessoa do nosso século: corrida e tecnológica. Além disso, ela não acredita em casamentos e amores eternos. Até que, ao ir comprar um novo celular, é atendida por uma vendedora um tanto misteriosa, que a promete dar o que ela mais precisa. Quando Sofia vai testar o celular novo, acaba sendo jogada no século retrasado por ele.
      No começo, o choque de realidades é bem engraçado e interessante, Rissi soube explorar muito bem isso, a pricípio. Imaginem o desespero de Sofia em descobrir que, a apenas dois séculos atrás, não havia banheiro. Nem remédio para enjoo. Nem calcinhas. Nem condicionador. Estava tudo muito divertido, até a história começar a desandar.
      As diferenças de mundos param por aí. Coisas práticas do dia-a-dia diferentes. Não há nada de conflitos de valores, o que significa que Sofia não se manifestou sobre as mulheres não poderem trabalhar (algo que ela costumava a fazer muito no nosso século), sobre o absurdo da escravidão no Brasil (o que, apropósito, a autora resolveu fingir que não existia nesse país), ou sobre o fato de uma mulher ter de viver para o casamento (atitude a qual Sofia reprovava). Tudo isso para manter um tom idealizado e fantástico à narrativa.
      Como se não bastasse, a personalidade da protagonista oscila (ou melhor, se inverte) quando se apaixona por Ian, homem o qual a acolheu. Ela começa a acreditar em amor eterno e em todas as coisas nas quais nunca acreditou anteriormete, tudo de uma hora para a outra.
      E que romance idealizado! Meloso! Aquele Ian não existe! Aliás, ele me lembra muito outro personagem de uma certa saga vampiresca. Vejam bem: gentil, simpático, educado, obsecadamente apaixonado por uma mulher que não é do seu tempo e não pode compartilhar a mesma vida que ele. Estão reconhecendo? A deiferença é que, em "Crepúsculo", a autora soube explorar a diferença de séculos que separava os personagens, com conflitos entre valores do nosso tempo e valores passados. Carina Rissi não soube fazer isso em "Perdida". Ela quis idealizar isso também, sem conflitos. O resultado foi a história mais idealizada e enxarcada de mel que já li.
      No fim, Rissi deu um jeito de transformar essa história supostamente interessante em um conto de fadas absurdo. Tudo baseado numa coisa de destino e pré-destinação não esperada para esse tipo de livro. Me desculpe quem gosta, mas não gosto muito disso de destino. E não achei um livro bem trabalhado. Mas valeu a pena ter lido só para descobrir como as pessoas viviam antigamente.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Vida: Carta de um peofessor brasileiro

Querido aluno,

Gostaria de lhe dizer a importância em estudar química, biologia ou gramática. É muito simples. Você precisa passar no vestibular. Eu quero lhe ensinar essas matérias pois, passando no vestibular, você vai ter tudo aquilo que sempre sonhou. Se você passar, vai entrar na faculdade, se formar e ter um emprego. Ter um emprego vai lhe dar dinheiro e te permitir ter uma vida confortável, que é o que você sempre sonhou. Está vendo? Essa tal de física "inútil" vai te ajudar e muito! Vai te dar uma vida confortável.
E você já é bem grandinho para conseguir estudar essas coisas difíceis. Não precisa mais se preocupar com aquela educação banal: aquela da pré-escola que ensina apenas valores, como não tirar vantagem do coleguinha, ser um bom amigo, não agredir (nem verbalmente), não contar mentiras, atravessar na faixa e esperar o sinal ficar vermelho, ser honesto, não colar, não furar fila. Você não precisa mais disso. Tenho certeza de que isso você já aprendeu e que segue esses ensinamentos até hoje. Não. Agora você precisa é aprender física. Para passar no vestibular e ter uma vida confortável. Pois é só isso o que importa! Uma vida confortável! Depois de alcançar esse objetivo, você pode até esquecer o que aprendeu na escola, querido aluno. Pode esquecer de toda a química, gramática ou física. Pode se esquecer até da educação banal sobre valores da pré-escola, para dizer a verdade. Afinal, você já vai ter a vida ideal, a confortável. Aí concordo com você no fato de que não vai mais precisar da biologia, nem como nenhum aprendizado. O aprendizado é que se dane! Você já terá sua boa vida mesmo! 
Tudo o que lhe peço é que estude essa tal de biologia só até ter seu nome na lista de aprovados do terceiro ano.
Estou dizendo tudo isso, aluno meu, pois lhe desejo o melhor. Quero muito que você realize todos os seus sonhos de conforto e pretendo lhe dar as armas para conseguir isso. Mesmo que isso signifique ter de lhe ensinar matérias chatas e selecionar o estudo apenas do que vai ser necessário para o seu futuro aconchegante. Mas será tudo para o seu bem, meu querido. Gosto muito de você.

Para sempre atenciosamente,    

Professor   

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Livros: "Jogos Vorazes" - Suzanne Collins

Jogos Vorazes
    Entre batalhas, emoções e hipocrisia. E má escrita.

    Não é nada do esperado. Nenhuma resenha pode preparar uma pessoa para o que irá encontrar nessa obra, mas vou fazer o possível...

    Suzanne Collins me surpreendeu. No bom e mal sentido. Mas o que ninguém pode dizer é que seu livro, Jogos Vorazes, não é marcante.  É, sim, intenso, duvidoso, e enigmático. O livro de 397 páginas e editado pela editora Rocco realmente nos faz refletir durante vários dias após a leitura, como muitas resenhas já dizem. Mas discordo de muita gente que deu 5 estrerlinhas para esse livro, pois há alguns problemas na linguagem e com clichês (muito raros, mas encontrados). Fico com quatro estrelas, pois. Mesmo assim, não posso negar que há tempos não encontro um livro com tais qualidades de Jogos Vorazes.
    A história se passa num futuro em que o mundo humano como conhecemos foi destruído por uma série de causas naturais (primeiro – e um dos únicos – clichê); e então o que restou de nós foi obrigado a se reerguer do zero. Na visão de Collins, os seres humanos tentariam, em uma situação como essa, disputar o poder do que restava do mundo. E, quando um deles enfim conseguiu exercer poder sobre outros, surgiu Panem, o único país que conseguiu se fazer existir depois do caos. O lugar é constituído de 12 distritos governados pela maldosa e hipócrita Capital, que exerce um poder ditatorial sobre tais distritos. Para manter a discórdia entre os distritos e lembrá-los da soberania da Capital, evitando possíveis rebeliões, foi criado os Jogos Vorazes. Neles, dois jovens entre 12 a 18 anos de cada distrito são sorteados para participar. Eles são obrigados então a lutarem uns contra os outros até a morte num ambiente hostil. Como uma cassada. O último que ficar de pé vence. Tudo isso é filmado e transmitido por toda Panem, mas apenas a Capital se diverte assistindo.
    Diretamente do distrito 12, o mais miserável de todos, conhecemos Katniss, que se voluntaria para ir aos Jogos no lugar de sua irmã, a pequena Prim de 12 aninhos. E então tudo começa...
    Katniss é uma personagem inesperada e muito bem feita. O que mais senti no livro foi sua personalidade, que afeta todo o decorrer da obra. Devido à vida que levou, tendo que cuidar da irmã pequena e da mãe com depressão após a morte do pai, desde seus 11 anos, ela é uma pessoa fria e carrancuda. Além disso, teve, como todas as pessoas dos distritos, que aguentar muita coisa calada, o que a faz ter muita raiva contida. Apesar de toda essa carga negativa, Katniss consegue, com poucas pessoas, ser carinhosa e amorosa. E foi esse escasso amor que a levou a tomar a decisão de ir aos Jogos Vorazes no lugar de Prim (meio que se sacrificar por ela). E foi sua frieza e raiva que a levou a falar tão pouco com as pessoas, deixando um suspense a cerca dos outros personagens, de quem não temos muitas informações no início por conta dos diálogos curtos. Para dizer a verdade não entendi o Peeta até agora. Quem sabe nos próximos livros.
    A obra, ao meu ver, é dividida em quatro partes: uma boa, uma média, uma muito boa e uma chata, respectivamente:
 x O início é uma apresentação muito rápida do contexto, portanto apenas boa. 
 x As preparações para os Jogos me fizeram sentir nojo da hipócrita capital e do desinteresse de Katniss com esse fato. Então a preparação é a parte média.
 x Já nos Jogos em si, o começo é um pouco chato por conta da frieza de Katniss, motivo pelo qual não sentimos tanto as mortes. Mas logo em seguida ela fica se apega a algumas pessoas e o livro se desenrola muito, muito bem. Comessamos a ver então como nada daquilo é justo e o quão cruel é o que estão obrigando uns aos outros a fazer. Há partes tristes e emocionantes, ao mesmo tempo em que existem cenas envolventes e até românticas. 
 x E o final deixou algo a desejar, o que, espero eu, será resolvido no próximo livro. É como se faltasse aquele capítulo de pós clímax, o desfecho da obra. Seria uma estratégia da autora para nos deixar curiosos com o próximo livro, mas imaginem um livro inteiro falando só da parte mais sem emoção da obra, o desfecho? Isso não me deixou curiosa com a sequência. Portanto, o final é a parte ruim.
Vale lembrar o caráter de reality show dos Jogos Vorazes e a preocupação dos participantes em agradar o público (para conseguir a ajuda de seus patrocinadores). Muita história inventada (ou não), muitas cenas cujo clímax foi ampliado artificialmente. Isso nos faz refletir sobre o quanto do que vemos na TV é realmente real. Aliás, o livro nos faz refletir sobre muitas coisas. Sobre a face do ser humano, sobre qualidades e defeitos, sobre como agimos e porque agimos assim.
    Agora vamos falar das partes ruins. A autora não escreve excepcionalmente bem. A começar pelo fato de que o livro é em primeira pessoa, o que torna o final um tanto previsível. Além disso, Suzanne Collins tem a irritante mania de colocar os verbos no presente (ou foi a tradução, não sei). "Eu corro, eu como, eu faço", ao invés de "Eu corri, eu comi, eu fiz". Não sei por que alguns autores insistem em fazer isso. Não fica bom. Dá a impressão de que os fatos acontecem todo dia, e não que aconteceram apenas uma vez. Como se não bastasse, a escritora apelou muito no final. Algo como “veja nos próximos capítulos / veja no próximo livro”. Além de ser exagerado, não deu certo. O final passou a impressão de que deixou a desejar, e não de curiosidade, como já disse..
    Em suma, a obra vale a pena ser lida, é bem viciante e envolvente. Para quem gosta de personagens bem feitos e/ou misteriosos, é um ótimo livro. Mas não esperem algo nota 10, pois existem partes chatas e linguagem mal feita.
   Nota 1: Peeta é um mala sem alça metrosexual.
   Nota 2: A publicidade da obra é terrível! Quem em sã consciência coloca um comentário de Stephenie Meyer num livro desses? Nada contra ela, mas não é de se esperar que uma escritora de livros de vampiro vá comentar em um livro futurista. E aquela capa? Que vergonha! Além das excelentes frases de efeito, não é? “Matar ou morrer, não há escolha” Óóó, choquei.

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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Livros: "Especiais" - Scott Westerfeld

                                                                                                  Nada Especial.
Especiais
    Acho que "especiais" não é exatamente o nome correto para esse livro. Muito pelo contrário. Acho que "Sem graça" ou "Comum" seriam nomes mais apropriados. Para dizer a verdade, esse livro foi a maior decepção da minha vida. Depois de ler o muito bom "Feios" e o excelente "Perfeitos", podia jurar que "Especiais" seria perfeito, que a tendência da série era ficar cada vez melhor. Entretanto, Scott Westerfeld fez a pior conclusão de saga dentre todas que já li, num livro que eu esperava ser o melhor romance do mundo. Decepcionante. Mas nem tudo foi horrível: a crítica social, em "Especiais", continua impecável. Apesar de chata, a obra me marcou profundamente e me deu uma lição de vida, nunca verei as coisas da mesma forma.

**Para quem não leu "Feios" e nem "Perfeitos", não continuem lendo, pois contém spoilers**

    Nesse livro, Tally é uma especial. Tem reflexos excelentes, um corpo leve e resistente e apetrechos imbutidos na pele. Ela agora vê o mundo com detalhes surpreendentes, tudo é lindo, e ela tem a vida que queria ao lado dos amigos especiais e vivendo no mato. Mas nem tudo são flores: a menina tem ataques de agressividade, sua nova mente não a permite escolher de que lado ficar (como se já estivesse imbutido na mente que ela deveria ser contra a revolução dos enfumaçados, embora ela sempre tivesse sido a favor). Enquanto isso, a revolução de Fumaça explode. Mas não se animem: a tão esperada revolução quase não é mostrada. O narrador parece sempre querer seguir Tally, a qual nunca está onde a ação acontece, o que não é típico da personagem. Mas esse livro foi atípico.
    Falemos da única qualidade do livro: a crítica. Finalmente entendi a lógica dos três livros. Em cada um, Westerfeld critica uma classe social presente em todas as sociedades. Fiquei desnorteada com isso. Scott me fez ver que, não importa que tipo de sociedade alguém viva (perfeita, contemporânea, feudalista, moderna, antiga, egípsia, chinesa, indiana, africana), sempre existirá a mesma divisão social: feios, perfeitos e especiais. Na nossa sociedade, eles são os pobres, classe média e ricos. Na época moderna, seriam os camponeses e burguesia (esta segunda como enfumaçados), a nobreza e o rei. Na idade média, os camponeses, vassalos e clero. Na sociedade indiana isso se identifica no sistema de castas. É como se sempre houvesse um grupo despresado (mas sendo o único que percebe como está o mundo de fato), um grupo que manda mas é burro e alienado, e um grupo que é encarregado de manter o sistema como está. Até que o grupo despresado fica entendido o suficiente para se revoltar. Mesmo na sociedade perfeita e igualitária de Tally isso acontece. Não tinha percebido isso no mundo antes de ler a série Feios.
    Mas essa não foi a única crítrica do autor. A ideia da contrarrevolução apresentada no final foi sensacional. Fiquei um pouco com peninha da Dra. Cable no fim, mas valeu a mensagem. É como se sempre fosse necessário as revoluções terem uma contrarrevolução para equilibrar e evitar exageiros, radicalismo. Genial.
   Há, também, a percepção de como somos influênciados pela sociedade em que vivemos. Nesse livro, então, isso fica mais evidente. Na história, eles são viciados em cirurgia, fazem isso da mesma forma que nós penteamos o cabelo todo dia. Até os perfeitos que não eram mais perfeitos continuaram com esse péssimo hábito. Medo do cara que fez a pele mudar de branco para negro de acordo com a batida da música.
    Falarei agora da parte que não gostei. A começar pelas novas gírias! Vamos comparar? Borbulhante = Sagaz. Perfeitos = Avoados. Feios = Medíocres. O pior é que Tally faz questão de acumular as gírias dos perfeitos e dos especiais, mesmo depois que volta a ser feia. "Você ia adorar, Zane, é muito sagaz, que é igual a ser borbulhante, só que melhor". Não aguento! Vemos outro problema similar a esse no livro: o fato de os protagonistas terem 16 anos. Na sociedade de Tally, não importa a sua idade, e sim o seu status de rosto. Ficou um pouco ridículo jogar tamanha responsabilidade em personagens tão jovens. O resultado são adolescentes usando gírias durante um cena super tensa e séria. Soou meio infantil.

**Para que não leu ESPECIAIS propriamente dito, não leia o resto da resenha, pois não conseguirei expressar minha frustração sem fazer spoilers**

Há um detalhezinho no livro que o fez ser insuportável. Detalhe esse mais forte do que quaquer outro problema do livro. Tally é especial durante o enredo todo! Se não fosse por esse detalhe, eu teria amado o livro. Acontece que, como especial, Tally não pensa direito. Um livro cuja protagonista é um robô projetado para não querer machucar as pessoas, mas fazer se for necessário (ou seja, para machucar as pessoas) é um saco! Poxa, havia uma protagonista, mas ela não estava lá, apesar de ser usado o nome dela o tempo todo. A Tally de verdade teria ido lutar com os enfumaçados, e não passar o livro inteiro travando uma batalha com sigo mesma. E houve momentos em que a transformação dela podia ter ocorrido, mas Westerfeld preferia adiar. Foi maçante, frustrante ler toda vez que isso acontecia. E, quando chegou a parte de Diego, pensei: "não acredito que estava perdendo isso!". Queria ter visto a revolução, sabido como aconteceu. E quando Tally enfim resolve voltar à mente feia, no finalzinho do livro, ela vence a Dra. Cable e se torna a heroína da revolução que ela nem participou! E o pior é que ninguém nem soube que foi ela quem impediu a guerra, que foi ela a heroína. Houve uma falha de comunicação terrível no final, bem como em todo o livro. Tally parece que fugia das pessoas! Até de defunto ela fugiu! Pobre Zane... Ah, aí está outro problema: a falta de emoções. O sujeito morre, ela da um tchau e vai embora. Nem estava super apaixonada e louca por ele segundos antes, e depois nem se despede direito? Que história é essa? E no final? Ela ficou com o David assim, como se seu amor não tivesse morrido pouco antes? Ou houve apenas uma reconciliação entre os dois para talvez uma futura volta dos ex-namorados? Não entendi esse final. 
    Esse falta de emoções de Tally se exemplifica também quando ela passa três semanas em isolamento completo em uma cela, e o autor apenas indica rapidamente que ela se sentiu solitária. Não senti realmente a loucura dela, foi monótono. Essa parte ficou muito mal explicada e corrida. Devia ter havido pelo menos um capítulo para contar como foi o tão solitário isolamento de Tally. Capítulos como este seriam mais necessários do que outros que Scott fez, como a segunda parte inteira do livro. Alguém notou que a segunda parte foi plágio de quando Tally foi para fumaça, no primeiro livro? Muito desnecessario! O escritor se auto-plagiou! Ler todas aquelas descrições de mato desnecessárias mais uma vez foi um saco, precisei de muita paciência. Antes fosse tudo de novo com a Tally indo para Nova Fumaça, mas esse robô com o nome da protagonista que não fala coisa com coisa no lugar dela? Foi maçante! Irritante, revoltante!
    Em suma, a critica social me marcou muito, vou levar o que aprendi até o fim da vida. Mas isso não muda o fato de que o livro é chato. Quase inacreditável acreditar que "Especiais" seja da mesma autoria do escritor do brilhante "Perfeitos"...

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vida: Eu quero x Tem mais mercado

Vou fazer uma comparação forçada. Não sei se vocês já fizeram isso: às vezes, quando jogo The Sims e vejo na aspiração do meu sim um sonho que não tinha planejado para ele, ignoro-o e executo meus próprios planos para o sim. Parece que o jogo virtual tem inspirado muitos pais brasileiros nos dias de hoje. Estou no 3º ano do ensino médio e o que mais vejo são adolescentes cujos pais escolhem o que eles deverão fazer como curso na faculdade e o que vão ser na vida profissional. Ou ainda, o jovem escolhe sua área, e, dentro desta, tem apenas o direito de optar pela faculdade, cujos futuros empregos possuem maior mercado, mesmo que estes trabalhos não sejam exatamente o que o pré-vestibulando deseja para si. Minha dúvida é a seguinte: será que o jovem brasileiro do século XXI está deixando de seguir seus sonhos e aspirações, para seguir uma vida monótona de robô imposta ou pelos pais ou pelo medo da ausência de mercados?
Há várias evidências que indicam que sim. A maior de todas, que me fez sentir necessidade de escrever este texto, foi o caso de minha colega. Ela está decidida, tem muita personalidade e, portanto, já escolheu o curso: Relações Internacionais (RI). Entretanto sua mãe teima que ela deve ser médica (RI, medicina? Parecidos?!). A vontade da mãe é tanta que, nos dias do vestibular do ano passado, fez a inscrição da filha na melhor faculdade de medicina do estado sem ela saber. Isso lhe custou meros 200 reais, que fariam falta no bolso mais tarde. A menina tentou vestibular para RI em todas as outras faculdades, curso para o qual tinha se dedicado o ano todo. E, mesmo assim, a mãe bateu o pé, ela teve de fazer a tal prova de medicina. Lembrem-se de que estamos falando do século XXI, época na qual dizem que a liberdade de expressão é maior do que nunca. O caso de minha colega não é o único, conheço outro menino que ficou alarmado quando eu disse, brincando, que sua mãe tinha colocado o nome dele na lista de alunos que iriam prestar vestibular para engenharia (ele odeia matemática, mas a mãe é engenheira). "Ela fez mesmo isso?!" Exclamou, preocupado. Pensei que ele entenderia a brincadeira na hora, tido o absurdo da possibilidade. Ainda posso citar meu professor, o qual disse que, para o pai, só existiam três cursos: engenharia, direito e medicina (maiores mercados). Ele foi obrigado a fazer um desses três, mas virou professor. Enfim, os casos são inúmeros, de assustar. Pior é quando o próprio jovem que não acredita em si mesmo. Minha amiga é doida para fazer psicologia, mas já pensou em fazer direito, pela maior chance de projeção no mercado, e em biblioteconomia, pela facilidade de passar. Ela pensa muito em desistir do seu sonho, por medo.
Os fatores causadores de tanto pânico na hora de escolher o curso já são conhecidos. Não há um investimento significativo em universidades no nosso país. Os alunos antes de tudo ficam com medo da relação vaga/candidato, já que são poucas as faculdades, quem dirá boas faculdades (e mesmo nossas boas são tidas como ruins no mercado exterior). Os índices de desistência em medicina (concorridíssimo) não são baixos. Outro fator determinante para o pânico é a falta de investimento nos diferentes empregos. Parece que o governo só dá valor aos cursos de engenharia, direito e medicina, possivelmente arquitetura e economia. Todos os outros cursos são desprezados. O porquê do desprezo é simples: o mercado para eles é muito restrito. O aluno sabe que se ele fizer filosofia, vai acabar “morrendo de fome”. Se fizer história ou letras, é certo que virará um professor e trabalhará muito para ganhar pouco. Se fizer algo relacionado a artes então... Não vai morrer de fome em Paris, vai ser aqui no Brasil mesmo. Não há investimentos nessas áreas. Existem leis de incentivo, mas não investimentos de fato. Cinema no país é terrível, a não ser que se façam comédias eróticas ou filmes de espiritismo, não se ganha dinheiro fácil com isso. E quem quiser ganhar, sofrerá uma vida de batalhas, para um resultado razoável. O mesmo acontece com as outras artes no Brasil. Vida de músico é uma loucura. Eles ganham dinheiro tocando em casamentos e dando aulas o dia todo, para lá e para cá nas casas dos alunos. Além dos artistas, os físicos, químicos, biólogos, antropólogos, psicólogos... Todos sofrem com a falta de emprego. Está mais que na hora deste quadro mudar. Tomemos o exemplo de países desenvolvidos, Estados Unidos que seja, lá não há tanto problema de seguir seus sonhos. Pesquisadores trabalham em universidades, artistas são valorizados (vejam o cinema deles!), professores idolatrados. Na Europa não é diferente. Japão idem. Ora, Brasil é um país emergente, porque não ser assim também?

O pior são as consequências dessa falta de investimento em diferentes trabalhos. Quem sofre é, como sempre, o povo. Por conta disso, nós adquirimos uma cultura de tendência ao imobilismo. Não lutamos por nada, não sonhamos com dias melhores. Estamos sempre imóveis. Sonhamos apenas em passar em um concurso público para trabalhar no mesmo emprego monótono a vida toda. Essa é a nossa grande ambição. Não haverá necessidade de se pensar em mais nada, já ficaremos garantidos com isso. Que se dane o desenvolvimento do país. Não estou criticando quem quer levar este tipo de vida, cada um escolhe o que é melhor para seu futuro. Critico o fato de acharmos que esse concurso público é a única alternativa de vida. Frase típica de brasileiro: “Brasil é uma droga. Esse país não vai para frente”. Talvez tenhamos achado aqui a causa do “não ir para frente”. Tudo começa com a educação, e estamos sendo educados a não ter sonhos grandes e vivermos parados a vida toda. Isso tem que mudar.
Não adianta querermos pedir ao governo para mudar esse quadro. Formar brasileiros com sonhos e conquistas poderia prejudicar a estabilidade da roubalheira deles. A mudança tem que partir de nós. Acredito que, se mudarmos nossa atitude aqui debaixo, e começarmos a querer o emprego dos sonhos, mesmo que este ainda não seja valorizado, o governo lá em cima será obrigado a mudar também. Eles fazem de tudo para agradar o povo, até para manter o poder. Só precisamos querer essa valorização de trabalhos diversos. Já fiz minha parte. Fui contra toda essa idiotice de clube engenharia-direito-medicina. Vou fazer cinema. Mas sozinha não consigo mudar o quadro. Alguém se habilita a me ajudar?

quinta-feira, 10 de março de 2011

Livros: Pequena Abelha - Chris Cleave

Pequena Abelha
O Mundo Oculto
    Não entendo porque a divulguação deste livro nos pede para não revelar o enredo, dizendo que "é uma história especial". Enquanto histórias como Pequena Abelha continuarem a serm tratadas como "especiais", continuaremos cegos para o quanto essa realidade é comum. Mas, como não quero ser alvo de repreenções por revelar o enredo, também vou ocultar alguns fatos. O livro do intenso Chris Cleave tem 267 páginas e foi editado pela Intrínceca. Trata de uma realidade oculta pela mídia, de um mundo de horror escondido debaixo de nossos olhos.
    Do enredo, direi apenas: o assunto é África, e vemos as diferenças de realidade entre o mundo africano e o europeu. É centrado na vida de duas mulheres, uma africana e uma britânica, que, pelo acaso, se encontram.
    O que achei muito interessante foi o fato de o narrador mudar a cada capítulo, ora sendo Abelinha, a africana, ora sendo Sarah, a britânica, quem narra. Isso nos possibilita ver a diferença de mentalidade entre quem mora em cada "mundo" (digo mundo, pois a diferença de realidades é tão intensa, que chega a ser duvidável que as duas realidades pertençam ao mesmo planeta). O livro nos faz acordar um pouco para essa realidade tão pouco mencionada nos meios de comunicação, expondo muitas verdades, mas não apresenta soluções para aquele horror: me sinto impotente diante de tudo aquilo.
Mas o livro não é apenas expositivo. Cleave nos faz refletir sobre muita coisa. Fala muito sobre valores, diferenças de costumes entre os povos. Além disso, me fez ver o quão o conceito de felicidade é subjetivo. Abelinha é mais feliz que Sarah. Como uma menina nigeriana que sofreu tanto quanto ela pode ser tão feliz? Já Sarah não sabe de onde tira problemas para reclamar, mesmo em sua vidinha confortável. O que isso quer dizer? Que a vida de Abelinha é mais simples e por isso ela é mais feliz, ou que a felicidade só depende de nós mesmos, e não do meio em que vivemos? Acho que Abelinha sabe lidar melhor com as pessoas, Sarah não sabe, tanto que sentiu necessidade de trair o marido, e não educa direito seu filho. Talvez a felicidade esteja nisso, em aprender a lidar com as pessoas, independente do contexto em que se vive. Depois de ler este romance, estou passando a acreditar que sim. Saber lidar com as pessoas é igual a conseguir o que quer (ajuda, facilidades e aprendizado). Além disso tudo, percebi que Abelinha é muito sábia, mas tão inoscente! Inocência e sabedoria tem algo a ver? É possível que, sem estar corrompida com os costumes e dogmas, uma pessoa tenha a mente mais limpa, e, portanto, seja mais sábia. Talvez.
    O fato de o autor conseguir despertar todos esses sentimentos em mim já lhe garante minha admiração. Fiquei com a impressão de que ele é muito inteligente e que pesquisa muito para escrever (como já disse, essa realidade não é muito falada na mídia). Vale mais do que a pena para quem aguenta um choque de realidade muito intenso de um um mundo cruel escondido sob o nosso.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vida: Escola vs Vida Pós-Vest

   É bom fazermos sacrifícios para conseguir o que queremos, isso mostra o quanto somos batalhadores. Mas precisamos de um objetivo que nos motive a fazer tal sacrifício. No caso de estudar, quando somos crianças ou adolescentes, é passar no vestibular um dia. Quantas vezes já perguntamos à nossa professora: "Professora, para que vamos usar isso na nossa vida?" e recebemos como resposta: "Esse é um assunto que cai muito no vestibular". Eu, pelo menos, já ouvi isso pelo menos uma centena de vezes. Mas e depois do vestibular? O que vejo na educação brasileira é uma lavagem cerebral com o intúito de mascarar para nós a vida real, ao invés de nos ensinar sobre ela. Vejam bem: nos conveceram de que uma prova é importante o suficiente para te fazer estudar mesmo o que te deixa com sono e irritado(a) com o objetivo de nunca mais ver isso na sua vida. Mol, nome das diferentes células durante a evolução, nome dos animais e a que grupo biológico pertence, fórmula estrutural da glicose, estatística, logarítmo, função exponencial... Já parou para pensar quanta coisa inútil (dependendo da sua área)? 
   "Vou estudar isso mesmo não gostando para passar no vestibular". E depois do vestibular? "Depois eu esqueço e não quero ver isso nunca mais".
   Não seria melhor não estudar, então? Eu sei, todo mundo sabe da existência desse problema que eu estou falando, mas todos abaixam a cabeça e aceitam. Então, vamos continuar ralando e fazendo sacrificios por nada. O governo podia fazer alguma coisa, mas, ao invés de substituir o nosso método de ensino por um mais focado na área de conhecimento de cada um, como todo bom país desenvolvido fez, nosso Estado prefere discutir projetos como a inclusão da matéria Língua Esperanto na nossa agenda escolar (não é brincadeira, eles fizeram isso). Mais matéria inútil, mais alienados ficamos, pois, quanto mais precisamos aprender aquilo que não gostamos, mais tempo é necessário sentar a bunda já quadrada na cadeira para estudar muito, ao invés de sair para ver o mundo. Que grande conhecimento estão nos dando. Ensinam coisas que nunca vamos usar na vida, e estudamos cada vez mais essas coisas e vivemos cada vez menos. Deixamos nossa vida passar por conta de matérias inúteis que precisam (ou não) ser estudadas. Que ótima educação. E pior é que estamos convencidos de que é certo fazer isso, por causa de toda a lavagem cerebral feita por  nossos professores.



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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pensamentos: Palavra # seu significado


    O AMOR É A COISA MAIS IMPORTANTE QUE EXISTE. Não. Isso não quer dizer que eu sou uma menininha romântica que sonha com o casamento perfeito com o cara perfeito. Quis dizer que o mundo está cheio de ódio e que se as pessoas dedicassem um pouquinho do seu tempo a amar e não odiar, todos seriam mais felizes. Viram como as palavras são perigosas? Eu quis dizer amor no sentido de compaixão e união, mas todos, quase que por instinto, concluíram que eu dava valor ao romance e à vida amorosa de casal. Isso me preocupa muito. As pessoas interpretam erroneamente, sem se darem conta, uma porção de palavras muitas vezes ditas por pessoas importantes e levadas a sério. Isso acontece com mais frequência do que se imagina. Por exemplo: você sabia que, na frase “navegar é preciso, viver não é preciso”, da época das grandes navegações, preciso está no sentido de precisão e não no sentido de necessário? Ou que “Adão e Eva” é uma metáfora (reconhecida por estudantes da bíblia)?
    Há também palavras que tinham um certo sentido no passado, mas que, com o tempo, esse sentido mudou. O grande problema é que, alguns dos novos sentidos não são reconhecidos pelo dicionário, embora todos usem a tal palavra naquele novo sentido. Então muitas pessoas acham que, por usarem aquele vocabulário, estão dizendo coisas erradas, e param de usá-lo. E é aí que mora o perigo. As pessoas estão até deixando de fazer coisas por conta desse "pré-conceito" que fazem das palavras.
    O exemplo clássico é o natal. Teoricamente, uma festa religiosa em comemoração ao aniversário de Jesus. Na prática, uma reunião de família e troca de presentes entre familiares. Não que o sentido anterior tenha se perdido, mas se analisarmos a quantidade de pessoas que ainda fazem do natal uma festa religiosa, esse número já será bem pequeno. Então fico surpresa ao sabe que um amigo meu, ateu, se recusa a participar da grande festa no fim do ano por que “Natal” significa uma festa religiosa de culto a Jesus. Vejam bem: ele deixou de receber presentes, de ficar com a família e de promover a união, pois não concordava com a origem da festa. Me digam vocês: as palavras são realmente tão importantes? Valeu à pena o que ele fez?
    Minha mãe briga comigo quando eu digo “foda”. Segundo ela, se eu soubesse o significado verdadeiro de “foda”, eu pararia de usar a palavra. Tento explicar a ela que, nos dias de hoje, se uma coisa é “foda”, isso pode significar que essa coisa é muito boa. Mas ela sempre diz que, na realidade, isso quer dizer algo muito feio. Mesmo sendo óbvio que se eu chamar algo de “foda” eu não vou estar falando mal daquilo, não posso usar a palavra por causa de sua origem. Faz sentido?
    Às vezes é mais sério do que parar de usar uma palavra. Já vi ateus que se tornaram ateus por causa das palavras mal interpretadas da bíbilia. Como se um texto que foi escrito a dois mil anos atrás, por pessoas que falavam sobre o que outra pessoa disse, com a linguagem daquela época e através de parábolas e metáforas, tivesse alguma chase de ser traduzido ao pé da letra. Pior, já vi crentes que viraram crentes por que levaram a bíblia ao pé da letra.
    É preciso se lembrar de que as palavras são apenas um meio de nos comunicarmos. Sendo assim, o que realmente importa é a mensagem que alguém quer passar com elas, e não o significado do dicionário. Lembrem-se disso, e não deixem de fazer nada de importante em suas vidas por conta de má interpretações.

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Livros: "Muito Mais que uma Princesa" - Laura Lee Guhrk

Muito Mais que uma Princesa
Muito Menos que o Esperado
   Esse é o primeiro romance histórico que leio que não foi escrito pela Patricia Cabot. Então cometi o terrível erro de compará-la à Laura Lee Guhrke, escritora do Muito Mais que uma Princesa, o que não recomendo a quem for ler este livro. Mesmo assim tenho que confessar que foram as 341 páginas mais longas que já li, embora tenha rido muito com os personagens em alguns pontos da história.
   A protagonista Lucia é uma mulher de personalidade forte, sonhadora e determinada, além de manipuladora. Como é filha bastarda de um príncipe, seu pai tenta escondê-la durante sua vida inteira, e, como resposta a isso, Lucia tenta chamar a atenção para si das maneiras mais escandalosas possíveis. Foge, rouba, vai a festas, fuma, provoca escândalos. A gota d'água foi quando envolveu sua meia-irmã, a filha legítima do príncipe e verdadeira princesa, em uma de suas confusões. A partir daí seu pai resolve casar Lucia, para passar a responsabilidade dela para o marido. E contrata para isso Ian, um diplomata conceituado que não fica nada feliz em servir de casamenteiro para a filha bastarda de um príncipe. Lucia está disposta a só se casar por amor e de não ter um casamento arranjado, e dedica seu tempo livre a amolecer o coração duro de Ian, que só pensa em casá-la para retornar ao trabalho. Mas, com o tempo, ele já não resiste às tentações de Lucia. E... Bem, já da para entender com quem ela vai querer se casar, não é?
   Eu ouvi falarem horrores desse livro antes de lê-lo, e pensei que fosse melhor. Li em muitas resenhas que Ian demora muito para largar o jeito ultra-hiper-mega-super-certinho e se entregar, mas quando se entrega se entrega com força. Só agora eu entendo este "com força". É no sentido literal, ele literalmente se joga com toda a força contra Lucia. Pobresinha, ela deve ter ficado mais roxa que Bella depois de noite de núpcias.
   Também fiquei preocupada com isso antes de ler o livro. Me falaram que as cenas picantes eram muito pesadas, e até que era verdade, se não fosse pela longa demora. Para acontecer o primeiro beijo do casal (um mero beijinho de meio segundo!), demorou mais da metade do livro. Para a coisa andar então! A culpa foi de Ian, claro, que não largava o estilo super-certinho. A respeito dele, posso dizer que é um retardado. Não que ele não seja super fofo, romântico, bonito, inteligente, trabalhador; mas ele só é assim por dentro. Por fora ele é uma estátua. Uma pedra morta e sem vida. Ele faz questão de (não sei porque) não demonstrar o que está sentindo. Nunca. A impressão que temos é que ele não é homem, para não se entregar a toda a enorme sedução feita por Lucia, que só faltava ficar pelada na frente dele de tanto que apelou. Isso até que o foco da narração mudasse para Ian, aí vemos que por dentro ele está louco.
   Mal balanceado, o livro tráz muito tempo dessa enrolação do Ian, ele guarda todos os seus sentimentos para a última fala do livro, o que faz o mesmo parecer clichê. É extremamente lento! Se Laura não tivesse o poder de nos deixar tão curiosa, eu diria que o romance é intediante. Está aí mais um exemplo do mal balanceamento do livro. Ele passa de monótono e entediante a erotismo declarado. Achei a mudança um pouco brusca.
   Mas nem tudo é ruim. Além de ser muito engraçada a disputa entre Lucia e Ian para ver quem está no controle, aprendemos muitas dicas sobre como usar o jeitinho feminino para conquistar qualquer um. Isso Lucia tira de letra. E o livro mostra de uma maneira clara e bem humorada as diferenças de casa sexo, e como nos sentimos a respeito do sexo oposto. Nesse ponto Laura ganhou o meu respeito e muito! Uma declaração sincera sde como são as relações amorosas.
   É, no fim, fico no meio a meio. Recomendo para quem está intediado.

Pensamentos: traduzindo...

A principal razão pela qual eu saí da igreja e não entro mais em nenhum outro culto foram as mesmas ideias batidas que eles repassam a 2000 anos. “Ame Deus”, “Deus é o senhor” (essa é a pior), “Tenha Deus no coração”, “Deixe Deus guiar seus passos”. Todas as igrejas de qualquer religião cristã repete isso em seus cultos cansativamente e, enquanto isso, eu só consigo assistir calada, pensando: “Não consigo amar Deus assim do nada”, “Deus é o Senhor? Que diabos você quis dizer com isso?”, ” O que implica ‘ter Deus no coração’?, “Como faço para deixar Deus guiar meus passos?”. Os padres e missionários não desenvolvem a ideia. Ficam com o mesmo textinho batido de sempre, como se a história parasse por aí, nesse “Ame Deus (e pronto!)”. E só consigo ficar imaginando como esse texto tão raso pode fazer tanto sentido pra eles. Para mim é tão incompreencível! “Talvez”, penso, “nem eles dever entender, devem seguir aquilo segamente, sem perceberem o que estão fazendo”.
Mas, agora que pesquisei e filosofei, descobri o que significa essas frases batidas, desenvolvi a ideia. E ah! Se as pessoas soubessem como é bonito o significado de “Tenha Deus dentro de si”!. Significa algo que até um ateu gostaria de seguir.
Deus te criou e criou o mundo, além do universo e tudo o que existe nele. Sendo assim, Ele entende os outros 90% da física que ainda não entendemos, todas as verdades do mundo que ainda não sabemos, tudo o que o ser humano descobriu e o que não descobriu; por que foi Ele quem criou tudo isso. Ele é a verdade.
Então, desejar a uma pessoa que ela carregue Deus dentro de si é desejar que ela tenha a verdade, e somente a verdade, dentro de si. É desejar que, nesta vida, a pessoa encontre cada vez mais certezas, ou seja, que ela fique cada vez mais perto do conhecimento e da verdade. Eu acredito que, sabendo a verdade de tudo você saberá o que realmente importa na vida, e será mais feliz. Então, fiquem com Deus!
Mas me digam, por que não dizem isso nas igrejas?!